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Postada em 07/04/2021 às 11:44:30
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Localização:

A Cidade de Nova Iguaçu apresenta-se geograficamente limitada pelos seguintes municípios: Rio de Janeiro, a sul; Mesquita, a sudeste; Belford Roxo, a leste; Duque de Caxias, a nordeste; Miguel Pereira, a norte; Japeri, a noroeste; Queimados, a oeste; e Seropédica, a sudoeste. Longitudinalmente, apresenta uma extensão máxima de 36,33 km e 31,28 km de extensão máxima transversal, perfazendo uma área de 524,5 km², que a torna o maior município da Baixada Fluminense.

O município situa-se na região mais importante, econômica e financeiramente, do estado do Rio de Janeiro, a denominada Região Metropolitana, da qual fazem parte, além de Nova Iguaçu, os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São João de Meriti, São Gonçalo, Seropédica, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Petrópolis.

Em virtude de seu posicionamento geográfico, a cidade desempenha o papel de centro de negócios e de comércio para os municípios vizinhos, situados a oeste da Baía de Guanabara.

A cidade de Nova Iguaçu situa-se a 35 km da Cidade do Rio de Janeiro, como demonstra o marco quilométrico instalado na estação ferroviária da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil. O diagrama seguinte representa os municípios periféricos a Nova Iguaçu, num raio de 40 km. As distâncias são em linha reta.

 

Um pouco da história:

O Município de Iguassú foi criado no dia 15 de janeiro de 1833, com sua sede instalada às margens do Rio Iguassú, que serviu de inspiração para o seu nome. Ele surgiu a partir da Vila de Iguassú - uma localidade que desde o século XVIII era utilizada como pouso de tropeiros que faziam o Caminho de Terra Firme. Ainda em 1822, durante o Ciclo do Café, foi aberta a Estrada Real do Comércio, que em conexão com os portos de Iguassú, escoava a produção de cana-de-açúcar e do café plantado nas serras. O movimento foi tão expressivo que provocou a mudança do status de Vila para Município.

Em 1858, com a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II, iniciou-se o crescimento do Arraial de Maxambomba. Por conta disso, foi realizada a transferência da sede do município para um novo centro econômico. Em 1916, Maxambomba passa a se chamar Nova Iguassú.

No século XX, a principal atividade do Município passa a ser o plantio de laranjas. Os pomares de Nova Iguaçu se estendiam por toda a Estrada de Madureira, Cabuçu, Marapicu, alcançando também Itaguaí. Na época, Nova Iguaçu ficou conhecida como "Cidade Perfume" por causa do cheiro das frutas. Porém, diante de forte influência da Segunda Guerra Mundial, aconteceu a explosão demográfica da Baixada Fluminense e do Rio de Janeiro. Seu cultivo e exportação da laranja entraram em decadência levando a economia da cidade, o que culminou na divisão do território.

Foi a partir da década de 40 que surgiu o processo de emancipação do Município. Nova Iguaçu perdeu Duque de Caxias (1943), Nilópolis e São João de Meriti (1947). Nos anos 90, foi a vez de Belford Roxo e Queimados (1990), Japeri (1991) e Mesquita (1999). Vale lembrar que em 1952, com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra e a recuperação da malha ferroviária, a cidade passou por um aumento populacional e assumiu outras funções, entre elas, a de cidade dormitório e de corredor de acesso à capital.

Hoje, Nova Iguaçu é o maior município da Baixada Fluminense em extensão territorial e segundo em população. Possui um dos centros comerciais mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, um polo que atrai consumidores das cidades de seu entorno.Nova Iguaçu (pronuncia-se IPA: [ˈnɔvɐ iɡwɐˈsu]) é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste do país. Localiza-se na Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estando situado a 40 km da capital estadual. É a maior cidade da Baixada Fluminense e, ao lado de Petrópolis, são as maiores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Possui o título de Capital da Baixada, pelas várias províncias, freguesias e distritos, que ao longo dos anos buscaram uma divisão política para municipalidades, e também por ser uma das mais antigas da região. Sua população estimada em 2020 era de 823 302 habitantes,[1] sendo assim o quarto mais populoso do estado e o 23º mais populoso do país.

Também é a cidade mais antiga da Baixada Fluminense, considerada a Cidade Mãe das cidades da região. Dela surgiu todas as cidades que compõe a Baixada Fluminense e, junto com Niterói, Magé e Itaguaí, são as mais antigas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Possui o maior centro comercial e financeiro da Baixada Fluminense. Há grandes e modernos conjuntos de edifícios comerciais e residenciais de alto padrão, implicando em um grande deslocamento terrestre e aéreo pelo Aeroclube de Nova Iguaçu ou Heliporto. A cidade compões de várias galerias e shoppings e um amplo calçadão comercial o maior da região.

Está localizado na zona tropical do país e tem uma temperatura média anual de 30,2 °C.[8] Na vegetação original do município predomina a mata atlântica. Em relação à frota automobilística, em 2009 foram contabilizados 148 655 veículos.[9] Com 99% de seus habitantes vivendo na zona urbana,[10] o município contava em 2009 com 242 estabelecimentos de saúde.[11] O seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), segundo dados de 2010, é de 0,713, considerando-se assim como "elevado" em relação ao país, estando abaixo tanto da média estadual e da nacional no mesmo período, respectivamente de 0,761 e 0,727. De fato, Nova Iguaçu é apenas 41º município com melhor IDHM do estado do Rio de Janeiro.[12]

Historicamente uma "cidade dormitório", Nova Iguaçu vem mudando seu perfil sócio-econômico nos últimos anos. Recentemente, instalaram-se no município importantes empresas, como a Companhia de Canetas Compactor, as Indústrias Granfino,[13] do ramo de alimentos, a Usimeca, a Cimobras,[14] do ramo siderúrgico, a Niely Cosméticos,[15] a Embelleze [16] e a Aroma do Campo,[17] do ramo de cosméticos. Possui centros de ensino e pesquisa, tais como o CEFET/RJ,[18] SENAI,[19] UFRRJ,[20] UGB,[21] UNESA,[22] UNIABEU,[23] UNIG.[24] e Unigranrio.

Além da importância econômica, Nova Iguaçu é um notável centro turístico da Região Metropolitana. A Reserva Biológica do Tinguá[25] e o Parque Municipal[26] configuram-se como grandes áreas de preservação ambiental, enquanto que a Serra do Vulcão, com a prática de voo livre, é um relevante ponto de visitação localizado na zona suburbana.[27] O patrimônio histórico é constituído pelas ruínas de Iguaçu Velho e da Fazenda São Bernardino.[28]

Nova Iguaçu possui importantes centros de cultura, lazer e entretenimento. Há eventos culturais realizados no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, órgão responsável por projetar a vida cultural iguaçuana.[29] O Nova Iguaçu Futebol Clube é um orgulho da cidade,[30] que ainda possui como destaques os Polos Gastronômicos da Via Light, o Baixo Iguaçu e a rua que ficou conhecida como Rua da Lama.[31] Também foi o berço do skate, tendo a primeira pista da América do Sul.Etimologia

O Rio Iguaçu, que originou o nome da cidade.
O vocábulo "Iguaçu" é um termo proveniente do tupi, originalmente 'y-gûasu . Seu significado é "rio grande" ou ainda "água grande", através da junção dos termos 'y (rio, água) [32] e gûasu (grande).[32][33] É uma referência dos índios jacutingas, naturais da região, ao Rio Iguaçu, outrora um rio caudaloso.

Quando foi aportuguesado, o termo grafava-se, à época, Iguassú . Em 1891, a sede de município foi transferida para o arraial de Maxambomba, às margens da Estrada de Ferro Dom Pedro II,[34] e em 1916 passou a se chamar Nova Iguassú, em oposição à antiga sede, que ficou conhecida como Iguassú Velho . Com o Acordo Ortográfico de 1945, o nome foi alterado, finalmente, para Nova Iguaçu.[35]

Primeiras ocupações:


Antes de os portugueses chegarem ao Rio de Janeiro (em 1503), os índios jacutingas já habitavam a margem ocidental do rio Iguaçu. Esses índios ajudaram os franceses quando eles chegaram à região.

Em torno de 1565, após a expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada. Havia, àquela época, intensa pirataria promovida por corsários franceses, ingleses e holandeses no litoral da colônia.

Em 1575, o então governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio Salema, reuniu um exército português apoiado por uma tropa de índios catequizados, com o objetivo de exterminar o domínio franco-tamoio que já durava vinte anos no litoral norte da capitania. Temendo perder seus territórios, os índios tamoios, ainda aliados aos franceses, foram praticamente dizimados por conta da insurreição denominada "Guerra de Cabo Frio". As tropas vencedoras exterminaram aproximadamente 500 indígenas, escravizando outros 1 500. Foram condenados à forca dois franceses, um inglês e o pajé tupinambá. Não obstante, as tropas adentraram o sertão incendiando aldeias e matando outros milhares de tamoios. A Guerra de Cabo Frio resultou na completa expulsão dos franceses da região.

No entanto, outros piratas europeus, principalmente ingleses e holandeses, continuaram a piratear o pau-brasil, causando mortes que se provaram inúteis, uma vez que a ausência de colonização no litoral fluminense continuou a proporcionar lucro aos corsários europeus. Não houve interesse da metrópole em colonizar a região do Cabo Frio após este massacre, entretanto os colonizadores decidiram povoar o Recôncavo Fluminense (região em torno da Baía de Guanabara). Começaram a se fixar às margens dos grandes rios da região, em especial os rios Iguaçu, Meriti, Sarapuí, Saracuruna, Jaguaré, Pilar, Marapicu, Jacutinga, Mantiqueira e Inhomirim.

Ainda em 1575, o capitão-mor Belchior Azeredo construiu uma ermida em louvor a Santo Antônio, no sopé de uma colina a 750 metros da maior curva do Rio Santo Antônio, atual Rio Sarapuí, em terras jacutingas. A construção, erguida em taipa, foi determinante para que Belchior Azeredo conquistasse as terras dos índios jacutingas em forma de sesmaria, através do governador Cristóvão de Barros, batizando-as como Engenho Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas. O capitão-mor ainda concedeu a si mesmo uma sesmaria próxima ao Rio Majé, onde construiu um engenho (coordenadas: 22º45'38" S ; 43º23'23" O). Nas décadas posteriores, a pequena ermida foi alçada à categoria de capela-colada, de capela-curada e, finalmente, de igreja-matriz (freguesia), neste local permanecendo por mais de 130 anos, até a década de 1700.Uma vez a ocupação da bacia dos rios Iguaçu, Sarapuí e Meriti efetivada, o que ocorreu a partir do final do século XVI, as tradicionais trilhas indígenas viraram estradas. Uma delas, a longa trilha dos indígenas jacutingas, foi transformada na Estrada Geral, que ligava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (atual Marapicu) à Freguesia de Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas (atual Belford Roxo, próxima à fábrica da Bayer). O leito da estrada é, atualmente, ocupado pela rodovia RJ-105. A velha ponte sobre o Sarapuí era o ponto de junção entre a Estrada Geral e a Estrada Real (atual Avenida Pastor Martin Luther King Júnior). A Estrada Real seguia em direção à Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, passando antes pela Freguesia de São João do Orago do Rio Merity, pelo porto da Pavuna, por Inhaúma e pela Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá.

Esses caminhos constituíram, por longo tempo, a melhor opção terrestre para adentrar o Recôncavo Fluminense, já que o acesso era difícil devido à grande quantidade de pântanos e de rios caudalosos e de considerável largura. Para estabelecer a rota da Estrada Real, foram considerados os melhores pontos para a transposição dos rios Meriti e Sarapuí, observando locais onde estes rios formavam vaus.

A colonização da região exigia rotas para o escoamento da produção dos engenhos. Inicialmente, isso foi possível graças às vias fluviais, quando os rios serviam de estradas, uma vez que as trilhas indígenas (e as estradas derivadas delas) eram rústicas e os rios eram o modo mais fácil de adentrar no Recôncavo Fluminense para a sua colonização.

Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu

Logo que passou a ser explorado, o ouro das Minas Gerais era levado por terra até o porto de Parati e daí, por via marítima, até a cidade do Rio de Janeiro, de onde seguia para Portugal. Como a rota do litoral entre Parati e o Rio de Janeiro era infestada por corsários e piratas, foi necessário a abertura de caminhos terrestres mais curtos e seguros para trazer o ouro das Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
No século XVII, Garcia Rodrigues Paes ligou Paraíba do Sul ao porto do Pilar do Iguaçu para o escoamento do ouro trazido de Minas Gerais. Essa ligação foi chamada Caminho do Pilar ou, mais comumente, Caminho Novo das Minas, pois substituiu o antigo Caminho de Paraty. Do Rio Pilar, podia-se navegar até o Rio Iguaçu, que tem sua foz no interior da Baía de Guanabara, área com fortificações e mais protegida dos ataques de piratas e corsários.

Posteriormente, foram também abertos o Caminho da Terra Firme e a Variante do Proença, visando a facilitar o escoamento do ouro, já que o trânsito no Caminho do Pilar tinha diversos problemas. Com a redução de seu uso, o Caminho Novo logo passou a ser chamado de Caminho Velho.

O Arraial de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (à época, grafava-se "Iguassú") nasceu ao redor de um porto fluvial nas margens do Rio Iguaçu. Em 1699, a localidade já tinha uma capela curada. Na época do Marquês do Pombal, em 1750, foi elevada à categoria de freguesia. O Porto de Piedade de Iguaçu prosperou em razão da intensa movimentação dos tropeiros pelo Caminho Novo.

Vila de Iguaçu
Até o início do século XIX, Piedade do Iguaçu tornou-se o principal povoado da região, mas era dependente administrativa e politicamente da cidade do Rio de Janeiro, embora já demonstrasse um bom desenvolvimento econômico, além do aumento da população e do crescimento do comércio.

Os povoados da região concentravam-se principalmente às margens dos rios, mas também havia alguns nos entroncamentos das estradas. Piedade do Iguaçu cresceu ainda mais com a abertura da Estrada Real do Comércio, primeira via aberta no Brasil para o escoamento do café do interior do país.

Graças à Estrada Real do Comércio e às ótimas condições para a criação de um entreposto comercial, foi necessária a criação de um município. Em 15 de janeiro de 1833, portanto, foi criada a Vila de Iguaçu a partir de decreto assinado pelo regente Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, em nome do imperador dom Pedro II. Em 29 de julho do mesmo ano, foi instalada a câmara dos vereadores, com sete representantes.

O novo município foi formado pelas freguesias de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (definida como capital do município), Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição do Marapicu. Inicialmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim também faria parte, contudo os moradores desse distrito não aceitaram a incorporação, especialmente devido à distância.

A Assembleia Legislativa da província do Rio de Janeiro extinguiu o município de Iguaçu em 13 de abril de 1835 (Lei Número Catorze), mas o restaurou em 10 de dezembro de 1836 (Lei Número 57), já sem a Freguesia de Inhomirim. Em 1846, o município ainda perdeu mais uma parte de seu território ao ser criada a Vila da Estrela, que assumiu a Freguesia do Pilar.A área total da vila de Iguaçu era, à época de sua criação, de 1 305,47 km². Na sede, havia um quartel com uma cadeia anexa, a Câmara de Vereadores, o Fórum, casas comerciais e cerca de cem casas. Nos portos, eram embarcadas mercadorias em direção ao Rio de Janeiro. A população em 1879 era estimada em 21 703 pessoas, sendo 7 622 escravos.

A Vila de Maxambomba recebeu oficialmente o nome de "Nova Iguassú" através da Lei 1 331, de 9 de novembro de 1916, de autoria do deputado estadual Manuel Reis. A grafia do nome da cidade só mudou para "Nova Iguaçu" tempos depois, após reformas ortográficas da língua portuguesa.

Após o declínio da agricultura da cana-de-açúcar, a cultura da laranja passou a ser a mais importante para o município. Vinda de São Gonçalo, a laranja encontrou solo ideal em Nova Iguaçu. Apenas para citar um exemplo, todo o bairro da Posse era, antigamente, uma grande fazenda produtora de laranjas.

Praticamente toda a produção de laranjas era exportada, trazendo para o município um grande desenvolvimento econômico. A exportação começou a ocorrer no ano de 1891, juntamente com o desmatamento (lenha e carvão, madeiras de lei).

O auge da citricultura em Nova Iguaçu foi dos anos 30 a 1956. De 1930 a 1940, a cidade de Nova Iguaçu era chamada de "Cidade Perfume", porque as laranjeiras, em floração, perfumavam todo o roteiro das ferrovias.[38]

A construção de casas de beneficiamento e embalagem da produção na segunda metade do século XX trouxe novo fôlego para a exportação. Porém, durante a Segunda Guerra Mundial, houve interrupção do transporte marítimo, impedindo a exportação das laranjas. Com isso, as áreas dos antigos laranjais começaram a ser loteadas e novos bairros surgiram.

A partir da "crise da laranja", Nova Iguaçu passou a se concentrar num processo de industrialização, beneficiado pela facilidade de escoamento da produção graças, especialmente, às rodovias que cortam o município, entre elas a BR-116 (Rodovia Presidente Dutra). Além disso, nessa época era possível encontrar com facilidade amplos terrenos a preço baixo e mão de obra barata. Nova Iguaçu passou então a contar com um significativo parque industrial e uma grande atividade comercial.

 

Apesar do grande progresso em seus primeiros anos de independência administrativa (embora até 1919 as funções de executivo fossem de responsabilidade do intendente, representado pelo presidente da câmara), a Vila de Iguaçu entrou em decadência na segunda metade do século XIX. Alguns fatores podem ser citados, como a criação das estradas de ferro, a construção de uma ponte sobre o Rio Iguaçu e epidemias de cólera, varíola e malária.

A abolição da escravatura também ajudou no declínio da economia do município, que se sustentava na exploração dos escravos negros na agricultura da cana-de-açúcar. Havia canaviais por todo o município, além de plantações de milho, feijão, mandioca, café e arroz.

Maxambomba
Maxambomba é o nome de um mecanismo de tração, operado sobre um ou dois trilhos, utilizado na época do Brasil colonial pelos senhores de engenho para assentar uma carga com segurança sobre a embarcação destinada para fazer o transporte fluvial da produção do Engenho. O mecanismo de grua permitia locomover para baixar a carga sobre a canoa chalana, observando o centro de gravidade da embarcação para a distribuição uniforme do peso da carga, evitando que o carregamento gerasse oscilações que pudessem acidentalmente lançar a carga ao rio durante o carregamento.

Assim vemos que um mecanismo de grua serviu para nomear o rio que atravessava as terras do Engenho Maxambomba. Este Rio Maxambomba era chamado de Apeterei pelos índios Jacutingas (antigos donos da terra). Apeterei, em língua tupi, significa "Rio do Meio". Atualmente, o rio está canalizado sob os quarteirões situados entre as ruas Luis Guimarães / Nilo Peçanha e a Otávio Tarquínio. A Serra de Madureira (Serra do Engenho do Madureira) também foi denominada de Serra de Maxambomba (Serra do Engenho Maxambomba). O Rio Maxambomba nasce na Serra de Maxambomba e atravessa as terras do antigo Engenho Maxambomba e era designado como Apeterei (Rio do Meio), porque localiza-se entre dois rios maiores: Rio das Botaes (Riachão) e o Rio Caxoeira (atual Rio da Prata).

Uma canoa de fundo chato, conhecida como chalana ou chalupa, era o transporte mais apropriado para navegar o talvegue raso do curso d´água (um afluente de rio) utilizado pelo engenho como via fluvial para transporte.

A produção do Engenho Maxambomba escoava através de um portinho existente no Rio da Prata, afluente do Rio Sarapuí. O carregamento também seguia através do Rio Maxambomba, principalmente quando o Rio da Prata estava obstruído por árvores caídas ou por desmoronamentos das margens, o que provocava assoreamento acidental.

A produção de cana-de-açúcar seguia as diretrizes de Portugal para o Brasil Colônia. As raízes fracas e finas da cana provocam a erosão dos terrenos desmatados e o consequente assoreamento dos rios. Porque, ao ser desmatada a terra e removidas as árvores com raízes fortes que seguravam a terra, substituídas pelo plantio da cana, com raízes fracas e finas que não seguravam a terra, esta era levada pelas chuvas torrenciais e depositadas no fundo dos rios, sedimentando-os e diminuindo-lhes a profundidade.

Através do portinho existente no Rio Maxambomba, a produção escoava até o Porto dos Saveiros (em Tinguá) ou via Rio da prata até o Porto do Rio Sarapuí, onde era reembarcada em saveiros ou faluas, embarcações maiores, com destino ao Cais dos Mineiros, no Rio de Janeiro (que situava-se ao lado do Arsenal de Marinha, na atual Rua 1º de Março)

Para carregar as chalanas, o engenho contava com dois portinhos fluviais: um deles localizava-se no atual Bairro da Vila Nova (instalado no Rio da Prata); o outro existia à montante do Rio Maxambomba (atual Centro de Nova Iguaçu). Na periferia do Engenho Maxambomba, ao redor do portinho do Rio Maxambomba, gradativamente foi-se assentando um pequeno comércio, seguido por um pequeno núcleo populacional que foi prosperando até se transformar no pequeno Arraial de Maxambomba.

Assim, na periferia das terras do Engenho Maxambomba, nasceu o Arraial Maxambomba. Desenvolveu-se e prosperou ao redor do portinho que existiu próximo à atual Rua Floresta Miranda. O transporte fluvial e marítimo foi utilizado até 1728, quando o Caminho do Tinguá foi concluído pelo mestre de campo Estêvão Pinto. Esse caminho, que ficou conhecido como Caminho de Terra Firme, fugia da planície inundada e pantanosa para transpassar a muralha da Serra do Mar a caminho das Minas Gerais. Passava no antigo Engenho Maxambomba, de propriedade de Martim Corrêa Vasques. O Caminho de Terra Firme foi o único que deixou vestígios, pois, sobre parte de seu percurso, foram assentados, em 1858, os trilhos da Estrada de Ferro Dom Pedro II, (atualmente sob concessão à Supervia).

O Engenho de Maxambomba (localização exata de onde situava-se o engenho: latitude 22°45'36.69"S longitude 43°25'59.90"W) integrava a jurisdição (distrito) da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. No século XVII, o Engenho Maxambomba surgiu em razão do desmembramento do Engenho de Santo Antônio de Jacutinga, localizado nas terras da antiga aldeia dos índios Jacutingas. A sesmaria do Engenho Santo Antônio foi concedida pelo Governador Cristóvão de Barros, para um de seus capitães, de nome Belchior de Azeredo, homem de confiança de Cristóvão de Barros que era o quarto governador do Rio de Janeiro. O engenho ficou séculos nas mãos da família Azeredo, passando para José de Azeredo e seu filho Antônio de Azeredo (descendentes de Belchior), até ser desmembrado e extinto no século XIX, com as terras integradas ao Engenho do Brejo (Belford Roxo) e Engenho Maxambomba (Nova Iguaçu).

No século XVII, o Engenho Maxambomba era propriedade de Salvador Correia de Sá e Benevides, neto paterno de Salvador Correia de Sá (o Velho), que era o maior latifundiário do Rio de Janeiro, dono de vários engenhos e de mais de setecentos escravos e que foi governador do Rio de Janeiro por três mandatos intercalados. Ele morava na Rua Direita, atual Rua 1º de Março, no Centro do Rio de Janeiro. Na primeira metade do século XVIII, pertenceu a Martim Corrêa Vasques. Na segunda metade do mesmo século, o Engenho Maxambomba passou para o Padre José Vasques de Souza, cujo irmão inteiro era o capitão Manuel Correia Vasques, proprietário do Engenho Caxoeira (atual município de Mesquita). Ambos eram descendentes diretos de Salvador Correia de Sá e Benevides, de Mem de Sá e de Estácio de Sá.

A sede colonial do Engenho Maxambomba situava-se no cume da alta colina em cuja encosta setentrional localiza-se, atualmente, o Bairro Califórnia e em cuja encosta meridional está assentado o Bairro da Vila Nova. A sede do Engenho Maxambomba estava a 1,65 km (um quarto de légua) de distância da Matriz da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga (atual Igreja da Prata). A localização é dada com exatidão por Monsenhor Pizarro, no relatório das suas visitas pastorais no ano de 1794. Ele descreve com clareza solar a direção do engenho (poente) e a equidistância, em léguas, levando em consideração, como ponto de partida, a atual Igreja de Santo Antônio da Prata, que, em 1794, era a Matriz de Santo Antônio de Jacutinga (Localização da atual Igreja de Santo Antônio da Prata = Latitude: 22°45'38.68"S e Longitude: 43°24'56.99"W).

Escravos fugitivos do Engenho Jacutinga, do Engenho do Brejo e do Engenho Maxambomba utilizavam o leito do Rio da Prata para chegar às encostas da Serra Maxambomba (atual Serra do Madureira), onde, no atual bairro do K-11, fundaram o Quilombo de Cauanza. K-11 é uma corruptela de Kwanza que também é o maior rio de Angola e o nome atual da moeda angolana.

Os pequenos rios, vias fluviais que serviam os engenhos, foram perdendo sua capacidade de manter talvegue apropriado para serventia e, em razão de assoreamentos, obstruções e contínuo desmatamento das margens, gradativamente foram substituídos por estradas ou carreteiras (estradas para carroças).

A Estrada Geral é uma das mais antigas da região, caminho utilizado bem antes do período colonial. Já era uma antiquíssima trilha dos índios Jacutingas (um apékatu, que, em língua tupi, significa: "bom caminho"[37] ). A Estrada Geral ligava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Mariapicu à Freguesia de Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas (atual Centro de Belford Roxo). Hoje, a Estrada Geral está dividida em duas: Estrada Doutor Plínio Casado e Estrada Abílio Augusto de Távora (antiga Estrada do Engenho do Madureira), que, em 1930 foi reformada.

A carreteira mais extensa construída pelo colonizador na Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, em linha quase reta, iniciava no atual Centro de Nova Iguaçu, na Rua Floresta Miranda, seguindo pela Rua Comendador Francisco Soares, Rua do Encanamento, atravessando a atual Rodovia Presidente Dutra (que não existia na época), seguindo por Heliópolis (Rua Maria/Avenida Heliópolis), passando pelo Bairro Baby até chegar ao Porto dos Saveiros (Tinguá). Outras carreteiras importantes foram melhoradas quando as vias fluviais deixaram de ser utilizadas, como é o caso da atual Rua Barros Júnior, que se conecta com a Estrada do Iguaçu (atravessando a Via Presidente Dutra). Estas carreteiras eram a serventia para transporte da produção do Engenho do Madureira, Engenho da Posse, Fazenda Caioaba e Fazenda Filgueiras (atual bairro Filgueiras, em Nova Iguaçu). O escoamento destinava as produções dos engenhos para embarque nos portos fluviais de Piedade de Iguaçu.

A importância que o Rio Iguaçu tinha para a comunicação entre a vila e o Rio de Janeiro diminuiu com a implantação das estradas de ferro, que eram um meio de transporte mais rápido, barato e seguro.

À época do Segundo Império, a população da Vila Maxambomba assistiu entusiasmada à chegada das locomotivas a vapor, popularmente conhecidas por "maria-fumaças". Em 29 de março de 1858, a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Estrada de Ferro Central do Brasil) foi inaugurada pelo próprio Imperador Pedro II e ligou o Campo da Aclamação (no Rio de Janeiro) ao Pouso dos Queimados (atual Município de Queimados) e, no ano seguinte, chegou a Belém (atual Japeri). Na parada ferroviária de Maxambomba, a produção da Fazenda Maxambomba passou a ser embarcada para a corte. A implantação da estrada de ferro aumentou o comércio estabelecido na região. A atividade no arraial prosperou tanto que isso fez com que, em 1862, a Matriz da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga fosse transferida para perto da estação.

Outra estrada de ferro importante foi a Rio do Ouro, que começava no bairro do Caju, no Rio de Janeiro) e seguia até a localidade de Rio d'Ouro, em Nova Iguaçu. Sua construção foi iniciada em agosto de 1876 e concluída em 1883. Em 1886, foi adaptada para o transporte de cargas e passageiros e contava com três ramais em seus 53 quilômetros: Xerém, Tinguá e São Pedro (Jaceruba). Nos anos 60, contudo, a estrada de ferro foi, aos poucos, desativada. Segundo os responsáveis por sua manutenção, ela não dava lucro.

A ponte construída sobre o Rio Iguaçu em 1886 na localidade de São Bento acabou de vez com a importância do rio para o desenvolvimento da região, pois impediu o tráfego dos saveiros e faluas. A chegada da ferrovia na região, a proclamação da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888 (que causou a ruína a considerável parte da aristocracia rural) e as epidemias de cólera, varíola e malária fizeram com que a população da Vila de Iguaçu abandonasse o local, transferindo-se para o Arraial de Maxambomba.

Devido, especialmente, a esses fatores, em 1º de maio de 1891, através de decreto assinado por Francisco Portela, a sede do município foi transferida definitivamente para Maxambomba, que foi elevada à categoria de vila. A antiga Vila de Iguaçu passou a ser conhecida por Iguaçu Velha.

No limiar da década de 1950, época da inauguração da Rodovia Presidente Dutra, as terras remanescentes do antigo engenho colonial Maxambomba foram desapropriadas pelo presidente Getúlio Vargas, que urbanizou a antiga Fazenda Maxambomba, transformando-a em bairro modelo, com o objetivo de oferecer moradias à classe dos marítimos, uma categoria de servidores do estado, transformando a Fazenda Maxambomba no Bairro Califórnia.

 

Fonte: Wikipedia

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